Ontem morreu Rodrigo Menezes. Um homem de 40 anos, bonito, bem sucedido. Morreu, em casa, quando nada o fazia prever. Naturalmente, o choque, a consternação tomaram conta das redes sociais. Muitos se interrogavam sobre o sentido da vida; outros assumiram que essa morte repentina, inesperada os fez reflectir sobre a sua própria existência.
Esse clique aconteceu-me com a morte de António Feio e a leitura que fiz do seu livro Aproveitem a Vida. Na altura percebi que nenhum de nós estava livre de partir inesperadamente e o facto de isso poder acontecer sem que dissesse certas e determinadas coisas, sem que fizesse coisas que tinham de ser feitas passou a estar presente na minha cabeça, na minha vida a cada instante.
Como algumas pessoas saberão, perdi o meu Pai recentemente. A sua morte resultou de um longo período de doença, pelo que ao longo desse tempo preparei-me muitas vezes para a sua morte.
O que me dá algum alento, agora que se separou fisicamente deste mundo, é o facto de saber que já não sofre mais e que lhe pude dizer tudo o que me ia na alma - a dor que me causou com algumas palavras e gestos; o sofrimento que vivi com a sua doença e perda de autonomia; o amor que, apesar de tudo, lhe tinha; o amor que sabia que me tinha e, finalmente, o perdão por erros que cometeu em vida. Em relação ao meu Pai sei que nada deixei por fazer ou dizer e será sempre assim que viverei o resto da minha vida. Porque há coisas que não dependem só de nós (adorava conhecer o deserto e imensos países, mas preciso de estabilidade profissional e financeira para o fazer), mas há tantas que, se não nos acomodarmos, se não tomarmos as coisas como garantidas podemos e devemos fazer!
Às vezes tenho medo disso, de deixar algo por dizer e nunca mais voltar a ter essa oportunidade.
ResponderEliminarUm beijinho *
http://agatadesaltosaltos.blogspot.pt/
Então, faz tudo para que isso não aconteça, Gata! ;) Beijinhos.
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