terça-feira, 30 de setembro de 2014

Porque se não gostar de mim, quem gostará?

A propósito deste post da Marta dei por mim a pensar no meu próprio caso... Até aos 23 anos de idade, mantive-me naquele que hoje considero o peso ideal - 50kg mas que, na altura, me parecia demais. 1,60m, anca larga, rabiosque avantajado mas sempre o mesmo peso.
Nunca fui moçoila de comer muito às refeições (até adormecia à mesa quando a minha mãe se lembrava do famoso "Não sais da mesa enquanto não estiver tudo comido!"), mas sempre gostei de comer o que me apetece, por norma fora das refeições (sendo que o que me apetece normalmente são bolos, bolachas, gelados, chocolates...).
Por volta dos 23 anos apercebi-me que andava a comer que nem uma desalmada. Servia-me3, 4 vezes à refeição e, pasme-se, o peso diminuía a olhos vistos. Cheguei aos 46kg. Achava-me fantástica na altura! Na sequência de um papo na zona do pescoço, fui a uma consulta e ouvi o que ninguém quer ouvir: "Pode não ser nada, mas pode ser um tumor na tiróide. Daí as insónias, as mudanças de humor, a vontade de comer este mundo e o outro e a perda de peso." Alguns exames depois, nomeadamente uma biópsia, percebe-se que da faca  não escapo, mas que outras certezas não existem... Fui operada, perdi metade da tiróide e, após análises aos nódulos que tinha, chegam as certezas: tumor benigno e medicação adequada para o resto da vida.
Após a cirurgia, voltei a ser o pisquinho do costume mas o peso sempre a aumentar... Mas, sabem que mais? Nunca mais me preocupei com os pneuzinhos, a celulite, a flutuação do peso como antes deste episódio. Aprendi a gostar de mim como sou; aprendi que a vida é mais do que uma balança e um corpo de modelo. Aprendi a viver a vida, a usufruir de cada momento como se não houvesse amanhã, a desvalorizar futilidades, intrigas e mesquinhices e a amar aqueles que me amam e me cuidam porque sei que amanhã posso não estar aqui, podem não estar comigo.
39 anos, 1,60m, 60kg. Se podia ser mais magra e elegante? Podia, mas não me vou ralar com isso. ;)

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