terça-feira, 28 de outubro de 2014

A menina da Madeira

Eu nem tinha noção de que não escrevia por aqui há tanto tempo! Perdoem a ausência prolongada, mas entre quase 11h diárias de trabalho, casa, Dress Kode, novo desafio (Oriflame by Carol )e blogue o tempo começa a escassear e, confesso, o assinalar de um mês da morte do mau pai também me sugou alguma energia e vontade de partilhar os meus pensamentos com vocês...
Mas, agora, cá estou eu para opinar sobre mais uns quantos assuntos e falar desta nova aventura que é ser assessora de beleza da Oriflame.
Hoje tenho que partilhar com vocês um texto com que me deparei no Facebook e que, não tenho pejo em afirmá-lo, me fez chorar. O texto em questão é este e relata o encontro de uma senhora, Valentina Silva, com uma criança, na Madeira dos nossos dias.
Ao ler este relato impressionante o meu estômago contorceu-se e senti nojo das pessoas que têm (des)governado o nosso país nos últimos anos. Lembrei-me da minha própria infância, de como apenas aos 15 anos pude passar o Natal com o meu pai pois, para ele, o descanso não era importante; o importante era que nada nos faltasse na mesa, na escola, na saúde. Pensei como, naquele tempo, ele conseguia deixar um emprego num dia e começar a trabalhar noutro no dia seguinte. Lembrei-me de um menino que me dizia que gostava de brincar em minha casa, comigo e as minhas amigas, porque em minha casa havia sempre bananas e fiambre para pôr no pão.
Dei graças por não saber, ainda hoje, aos 39 anos, o que é passar fome. Dei graças por ter um trabalho, ainda que trabalhe de domingo a domingo, com uma manhã de folga e um salário que não é dos melhores. Dei graças por conseguir pagar as minhas contas e viver com o mínimo de dignidade.
Dei graças por tudo, menos por viver num país onde o povo não se revolta contra aqueles que estão a pôr em causa o futuro do nosso país e onde estão a roubar miseravelmente a infância das nossas crianças.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Mulheres unidas jamais serão vencidas!

Eu sei, eu sei tenho andado ausente, mas não levem a mal. Tenho estado doente e, quando estou assim, fico um bocadinho alérgica ao computador. Mas estou de volta e, claro, não podia deixar passar em claro a bronca com a Jessica Athayde. Eu já tinha dado conta da minha opinão sobre as manias das dietas e da escravidão relativamente à imagem por aqui, mas não resisto a voltar ao tema.
Ora, pois a moçoila, de quem não sou grande fã sinceramente, foi convidada para um desfile na Moda Lisboa e aceitou ( e fez muito bem que eu, com um corpinho daqueles, também aceitava mesmo que não me convidassem! :) ), mas, claro, que as "inbejosas" de serviço logo vieram opinar: porque é gorda, porque parece que está grávida de três, porque o diabo a quatro e o raio que as parta!
A mulher tem um corpo definido, sem flacidez, sem celulite e está gorda?! Pelo amor da santa! Mas, e se estivesse?! Qual era o problema? Não seria melhor ver uma gordinha do que um cabide com pernas como muitas que lá andam?!Haja paciência! É triste, mas cada vez mais me apercebo da estupidez feminina. As mulheres destroem-se umas às outras, com a mania da imagem certa e da maledicência.
Cada um é como é! Todos podemos ser belos, independentemente do corpo ou do rosto ou da roupa. A beleza verdadeiramente significativa é a da alma e a do coração! E nós, mulheres, é que temos de meter isso nas nossas cabecinhas de uma vez por todas! As mulheres são mães, irmãs, esposas, amantes, filhas, sobrinhas e está nas nossas mãos mudar a mentalidade das sociedades em que estamos inseridas! Se uma mãe é capaz de apontar o dedo a uma mulher sem qualquer pudor que exemplo está a dar ao seu filho? Aquele que, um dia, irá dizer à mulher que tem outra , porque ela se desleixou e engordou 3 ou 4 kilos, sabem? Como poderá esse homem ser criticado se nós, mulheres, o fazemos a torto e direito?!
Vá, meninas, deixem-se de mesquinhices e amem-se como são, valorizem as mulheres que vos rodeiam, exibam-se com os vossos pneuzinhos e rugas e cabelos fracos e finos! A vida são dois dias e um está a acabar! Mudem a vossa atitude e mudem este mundo que anda tão parco de valores e amores!

P.S.: Adorei a resposta da Jessica no seu blogue www.jessyjames.pt . :)

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Eutanásia? Sim, defendo!

A propósito desta notícia dei comigo a recordar as discussões, por vezes bem acaloradas, que tinha com o meu pai sobre este tema.
Desde que me lembro que defendo o direito que cada um deve ter a terminar a sua vida com o mínimo de dignidade e qualidade de vida. Isso levou-me a defender com unhas e dentes a ideia da eutanásia e do testamento vital, Já o meu pai defendia que isso era uma estupidez, que nunca sabemos quando estamos a fazer a melhor escolha porque a medicina está sempre a evoluir e o que hoje não tem cura amanhã não tem qualquer significado. Nunca chegamos a um entendimento e tivemos esta discussão anos a fio.
Até que o meu pai ficou acamado e totalmente dependente dos outros para comer, para tratar da sua higiene pessoal, para tudo... Muitas vezes, a maldita doença roubava-lhe o entendimento, mas lembro-me de um dia em que eu e a minha mãe lhe mudavamos a fralda e ele, coitado, se sujou novamente sem disso ter consciência. Ao ouvir os nossos desabafos ("Oh, agora temos de o lavar novamente..."), agarrou-me na mãe e, com os olhos marejados de lágrimas, disse-me simplesmente "Tu tinhas razão...". "Sobre o quê, papá?" - respondi-lhe eu. "Sobre a eutanásia."... E os nossos olhares tocaram-se, as nossas mãos agarraram-se e eu percebi que, naquele momento, o meu pai tinha plena consciência que a sua vida já não lhe pertencia. Ele que tinha um orgulho imenso em dizer que podia tudo, já nem no seu corpo mandava...

domingo, 5 de outubro de 2014

Não deixem nada por dizer!

Ontem morreu Rodrigo Menezes. Um homem de 40 anos, bonito, bem sucedido. Morreu, em casa, quando nada o fazia prever. Naturalmente, o choque, a consternação tomaram conta das redes sociais. Muitos se interrogavam sobre o sentido da vida; outros assumiram que essa morte repentina, inesperada os fez reflectir sobre a sua própria existência.
Esse clique aconteceu-me com a morte de António Feio e a leitura que fiz do seu livro Aproveitem a Vida. Na altura percebi que nenhum de nós estava livre de partir inesperadamente e o facto de isso poder acontecer sem que dissesse certas e determinadas coisas, sem que fizesse coisas que tinham de ser feitas passou a estar presente na minha cabeça, na minha vida a cada instante.
Como algumas pessoas saberão, perdi o meu Pai recentemente. A sua morte resultou de um longo período de doença, pelo que ao longo desse tempo preparei-me muitas vezes para a sua morte. 
O que me dá algum alento, agora que se separou fisicamente deste mundo, é o facto de saber que já não sofre mais e que lhe pude dizer tudo o que me ia na alma - a dor que me causou com algumas palavras e gestos; o sofrimento que vivi com a sua doença e perda de autonomia; o amor que, apesar de tudo, lhe tinha; o amor que sabia que me tinha e, finalmente, o perdão por erros que cometeu em vida. Em relação ao meu Pai sei que nada deixei por fazer ou dizer e será sempre assim que viverei o resto da minha vida. Porque há coisas que não dependem só de nós (adorava conhecer o deserto e imensos países, mas preciso de estabilidade profissional e financeira para o fazer), mas há tantas que, se não nos acomodarmos, se não tomarmos as coisas como garantidas podemos e devemos fazer!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

30 anos depois...

Ontem foi o dia mundial da música. A música assume, na minha vida, um papel preponderante. Não porque viva dela, mas porque me alimento dela. Eu preciso de música para sobreviver. Na música encontro sempre expressões do meu pensar e sentir.
Assim, ontem decidi ir ao Theatro Circo  assistir ao concerto dos Jafumega. E que bom que foi poder deixar a melancolia de lado e abanar o capacete ao som desta banda. 30 anos se passaram e a voz do Luís Portugal continua na mesma!
Recomendo!